quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A seca sobre Roma

“É difícil deixar de ver na seca que afeta Roma – a pior em, pelo menos, sessenta anos – algo como um oportuno sinal, enquanto açoite punitivo. Ali onde esteve a cátedra de Pedro e hoje se convida a dar palestras a velhas abortistas paradoxalmente tornadas promotoras da imigração “para compensar a abrupta queda da natalidade”, ali onde se recebem como visitantes ilustres pares de sodomitas e se celebra com cinismo ímpar que “pela primeira vez o magistério do Papa é paralelo ao da ONU”, ali vem hoje a faltar o mais vital dos elementos. De similar teor ao dos numerosos acontecimentos que, ao modo de sinais, vão sazonando o pontificado de Francisco (a pomba lançada por ele e arrebatada nos ares por um corvo; o terremoto sofrido na nação daquele mandatário que o visitou no Vaticano, desatado quase no mesmo momento de apertar-lhe a mão; os sinistros imediatamente consecutivos a suas viagens, como os ocorridos em Belém e em Lourdes, etc), este da seca sobre Roma vem a pôr o selo cósmico nas primaveris ilusões da vulgata conciliar, que na ordem do espírito já havia difundido uma aridez em verdade insuperável. Se a transposição modernista do ritual dos sacramentos trouxe consigo a conhecida taxa negativa de vocações sacerdotais e a prática extinção do matrimônio diante do altar, além da apostasia coletiva e da renúncia da Igreja a testemunhar o Evangelho, pouca coisa será que na cidade das fontane se lute por um sorvo. A propósito do anúncio de catástrofes naturais supostamente contido no Terceiro Segredo de Fátima, foi suficientemente claro o então bispo daquela localidade portuguesa: a perda da fé de um continente é pior que a aniquilação de uma nação.
Já conhecemos o conteúdo do Terceiro Segredo: faz anos que se impõe a nossos olhos. O corolário das catástrofes telúricas, em irônica correspondência com seu typos espiritual, não faz mais que confirmar o conhecido. Neste tempo de alianças com os protestantes para facilitar um serviço litúrgico comum que exclua explicitamente as incômodas noções de sacrifício e presença real, neste rarefeito tempo de comistão do sacro – ou seus restos – com o profano ou profaníssimo, com abundância de sacrilégios oferecidos à la carte pela mesma Hierarquia, dificilmente se poderá assimilar a igreja sedente em Roma com aquela imagem do Templo oferecida pelo profeta Ezequiel (47, 1ss.), debaixo de cujo umbral brotavam vivíficas águas que, com pouco andar, se faziam mais e mais profundas, símbolo da graça e seu efeito nas almas. Parece que Roma quis, ao invés, voltar a ser aquela Babilônia que o Príncipe dos Apóstolos soube estar pisando em seus dias, quando a urbs imperial perseguia cruentamente aos de Cristo.
Não temos notícia de que as testemunhas do Apocalipse (11, 3 ss.) tenham já começado sua profética missão. Mas consta que a eles será concedido “fechar o céu para que não chova durante os dias de sua pregação” antes de jazer na Grande Cidade, “que simbolicamente se chama Sodoma e Egito”.”

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